Aos 83 anos, dona Ana Neide Amaral passou a fazer a Terapia Renal Substitutiva. A modalidade aplicada é conhecida como Diálise Peritoneal, que permite que ela faça as sessões em casa. Após 45 dias do início do tratamento, ela ressalta os avanços obtidos. “Eu me sinto melhor e o fato de poder fazer me casa me traz maior conforto”.
Mãe, avó e bisavó, ela ganha mais autonomia e qualidade de vida, reduzindo a necessidade de internação e a permanência no ambiente hospitalar. A paciente vais ao Hospital apenas uma vez ao mês para fazer consultas e exames, e recebe toda a assistência necessária para a sua terapia.
Alcinete da Silva acompanha de perto todo o processo. Ao todo, são quatro trocas de soluções diárias, onde cada uma tem duração de aproximadamente uma hora: às 7h, às 12h, às 17h e às 22h. A cuidadora também ressalta os avanços alcançados.
“A rotina começa às 6h30, para arrumar e higienizar todo o material. Ela começou a fazer a diálise e percebemos que se sente bem e apresenta evolução desde que iniciou o tratamento. É uma esperança a mais de que ela possa ter mais qualidade de vida”.
Dona Ana é uma das pessoas atendidas pelo Programa de Diálise Peritoneal Domiciliar desenvolvido pelo Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, no oeste do Pará. O serviço completa 10 anos e já atendeu 148 pacientes de municípios da região como Santarém, Óbidos, Alenquer, Itaituba e Oriximiná.
Atualmente, a unidade tem atendido 20 pacientes e segue em processo de expansão, com a capacidade de atender até 35 de forma simultânea. Após o levantamento clínico e a confirmação de que pessoa está apta ao tratamento, ela recebe todo o material necessário e o aparelho que é cedido em regime de comodato.
Um dos profissionais de saúde que atuam no cuidado de pacientes com doenças renais, são os enfermeiros nefrologistas. No programa de Diálise Peritoneal, o Enfermeiro realiza toda a assistência, treinamento, avaliação do acesso peritoneal, controle de materiais e toda a logística de acompanhamento do paciente domiciliar. Exercendo a função desde a implantação do serviço, a Enfermeira Sílvia Fernandes, é quem faz o acompanhamento e destaca a importância do programa.
“Um dos nossos objetivos principais é proporcionar para o nosso paciente que reside em cidades vizinhas, o conforto e a comodidade da terapia, por ser um tratamento domiciliar. Sendo assim, o paciente tem a possibilidade ajustar suas atividades diárias ao tratamento. Ele não precisa residir no município de Santarém e não se torna totalmente dependente como na Hemodiálise, podendo até mesmo retomar sua jornada de trabalho e obter maior qualidade de vida.
Kamila Lacerda é a coordenadora do Centro de Terapia Renal Substitutiva do HRBA. Ela fala do orgulho de participar de uma iniciativa tão importante ofertada pelo Serviço Único de Saúde (SUS). “Na região oeste do Pará somos os únicos a ofertar esse tratamento, proporcionando essa outra modalidade de terapia por meio do SUS. É gratificante ver que os pacientes estão satisfeitos com o serviço, que conseguem fazer o tratamento de forma menos invasiva, conciliando as sessões com a rotina e que ao longo desses 10 anos tantos pacientes foram beneficiados no Baixo Amazonas”.
“A rotina começa às 6h30, para arrumar e higienizar todo o material. Ela começou a fazer a Diálise e percebemos que se sente bem e apresenta evolução desde que iniciou o tratamento. É uma esperança a mais de que ela possa ter mais qualidade de vida”, diz Alciente.
Diálise Peritoneal
De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), na hemodiálise, uma máquina filtra o sangue do paciente através de um acesso vascular, como um cateter ou uma fístula arteriovenosa. O tratamento é feito em sessões, que podem durar entre duas e quatro horas, e o paciente precisa ir ao centro de três a seis vezes por semana.
Na Diálise Peritoneal, o processo é diferente. Um cateter é implantado na barriga do paciente, que é infundido com uma solução de diálise. A solução permanece na cavidade peritoneal por algumas horas, permitindo que o sangue troque substâncias com a solução. O tratamento pode ser feito em domicílio, com a ajuda de um familiar ou sozinho.
Centro de Terapia Renal Substitutiva
O Centro de Terapia Renal Substitutiva do Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará Drº Waldemar Penna oferta tratamentos especializados de Hemodiálise, Diálise Peritoneal e Transplante Renal, que hoje tem uma demanda superior à 220 pacientes.
De janeiro a maio de 2024 foram mais de 49 mil atendimentos médicos, de enfermagem, nutrição, psicologia e assistência social, ultrapassando a marca de 12 mil sessões de hemodiálise.
O Hospital Regional do Baixo Amazonas é referência, atendendo à demanda originária da Central de Regulação do Estado. A unidade, pertence ao Governo do Estado do Pará, sendo administrada pelo Instituto Social Mais Saúde desde dezembro de 2022, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Com informações da Ascom/HRBA
Fonte: Portal Santarém