Na sessão de terça-feira (29) da Câmara Municipal de Itaituba, o vereador Peninha usou a tribuna para expressar sua preocupação com relação à crise da seca na região. Peninha lembrou que neste verão o Rio Tapajós secou mais do que os anos anteriores e com isso a navegabilidade pelo rio está comprometida.
O parlamentar disse que os portos em Miritituba chamaram a atenção do mundo, pela sua localização geográfica e isto fez com que muitos empreendedores investissem na região, construindo portos graneleiro, terminais e postos de combustível, pátios de estacionamentos para carretas e muitas outras estruturas de apoio ao agronegócio.
“Hoje, toda esta estrutura está comprometida, pois com a seca do Rio Tapajós os embarques de grãos nos portos de Miritituba foram reduzidos, por causa que as balsas (barcaças) diminuíram a quantidade de grãos a serem transportadas para os portos de Santarém, Barcarena e Santana, no Amapá. Alguns portos suspenderam a operação noturna, como no caso da Hidrovias”, destacou Peninha.
“Nossa preocupação, é que se já não bastasse a crise dos garimpos, agora mais esta situação na região. Isto pode causar o desemprego, pois como o movimento nos portos está reduzido, ou praticamente suspenso, não se descarta a possibilidade de demissão de colaboradores”, disse o vereador.
“Com a impossibilidade da navegação neste trecho do Rio Tapajós, de Miritituba a Santarém, as carretas com grãos vindas do Mato Grosso estão seguindo para Santarém, ou até mesmo para o porto de Santos, em São Paulo”, prosseguiu o edil em seu discurso. “Devido a mudança deste percurso, o movimento nos postos e pátios de estacionamentos estão praticamente parados, o que pode gerar demissão de funcionários, que é esta a grande preocupação nossa, assim como também a arrecadação de tributos do Município, que pode amanhã, prejudicar os investimentos na saúde, na educação e até no pagamento dos salários dos funcionários públicos municipais”, frisou Peninha.
Peninha destacou que “O sinal de alerta foi aceso sobre os investimentos na região, pois com esta questão da seca do Rio Tapajós, dificultando a navegação das barcaças, pode atrapalhar e até suspender outros investimentos na região, como a própria Ferrovia FERROGRÃO. Investir em torno de R$ 40 bilhões em uma ferrovia para trazer a produção de grãos do Centro Oeste para embarcar em Miritituba, está sendo reanalisada pelos investidores, pois o objetivo desta estrada de ferro é escoar para os portos de Miritituba toda a produção de grãos do Centro Oeste e para os investidores a navegabilidade do rio ser feita somente durante seis meses, complica todo o projeto”, lembrou o vereador.
“Estamos vivendo uma situação complicada e precisamos achar uma saída. Um município como o nosso que não produz nada, tudo vem de fora: limão de Monte Alegre, banana da Cachoeira da Serra, melancia de Santarém, peixe do Mato Grosso e de Rondônia, qual será nosso futuro?”, questionou Peninha.
O edil concluiu seu pronunciamento pedindo a união de todos, Município, Estado e União, para juntos buscarem uma saída para a sobrevivência da região. “Temos que buscar uma alternativa para que juntos possamos gerar emprego e renda na região”, finalizou o vereador Peninha.
Fonte: Portal Santarém