A Polícia Militar do Pará (PMPA) está com duas importantes turmas em formação inicial, destinadas a reforçar o efetivo da corporação e a atuação na segurança pública nos próximos anos. São 1.105 alunos em preparação por meio do Curso de Formação de Oficiais (CFO) e do Curso de Formação de Praças (CFP), ambos com calendário previsto para o biênio 2025/2026.
Os cursos foram iniciados em 2 de junho de 2025. O CFO, com 104 alunos matriculados, segue até novembro de 2026, enquanto o CFP, que conta com 1.001 discentes, vai até março do mesmo ano. Após a disciplina de “armamento e tiro policial” os alunos, tanto do CFO quanto do CFP, poderão iniciar o estágio supervisionado. Com isso, todos os 1.105 alunos estarão aptos, sob supervisão, para atuar durante grandes eventos como o Círio, jogos de futebol, Enem e outros. O investimento realizado pelo Governo do Estado soma um total nas formações de mais de R$ 11 milhões. O CFO recebeu R$ 2.784.721,49, enquanto o CFP teve um aporte de R$ 8.931.184,20.
O comandante-geral, coronel Dilson Júnior, reforçou a importância do investimento em segurança pública: “O investimento feito pelo Governo do Estado do Pará, superior a 11 milhões de reais, é um marco fundamental para o fortalecimento da nossa segurança pública. Com esse aporte, conseguiremos formar mais de mil novos policiais entre oficiais e praças, que estarão aptos a reforçar a atuação da Polícia Militar em todo o Estado. Essa nova tropa, formada com excelência, será essencial para garantir a segurança da população. A presença desses militares qualificados mostra que o Estado está comprometido com a valorização da nossa corporação e com a segurança de todos os paraenses.”
Formação qualificada e adaptada à realidade amazônica
A formação dos novos militares segue rigoroso planejamento pedagógico, aprovado pelo Comando da Corporação. O projeto pedagógico do Curso de Formação de Oficiais, por exemplo, tem carga horária de 2.840 horas-aula, em nível de pós-graduação lato sensu, com enfoque nas áreas do direito, liderança, cidadania, direitos humanos e defesa do Estado Democrático de Direito.
A matriz curricular contempla diversos temas como gerenciamento de crises, criminologia, policiamento comunitário, armamento e tiro, direito penal e processual militar, defesa pessoal, além de práticas operacionais específicas para a realidade amazônica, como operações em áreas de selva, entre outros. As aulas são realizadas na Academia de Polícia Militar “Coronel Fontoura”, em Marituba, na Região Metropolitana de Belém.
Já o Curso de Formação de Praças tem carga horária de 1.640 horas-aula e adota o modelo híbrido de ensino. A capacitação técnica abrange desde noções na área jurídica e operacional como técnicas de patrulhamento, atendimento pré-hospitalar, preservação de local de crime, defesa pessoal e uso diferenciado da força. Os polos de ensino estão distribuídos entre Belém, Mosqueiro, Castanhal, Santa Izabel e Barcarena.
Rafaela Martins é aluna soldado do CFP, e contou com entusiasmo sobre sua trajetória nos estudos e a realização de conseguir se tornar policial militar: “Comecei a me preparar para o concurso no ano de 2023. Foi um período de muito esforço, dedicação e renúncias, mas sempre com objetivo claro de ingressar na PM. O curso de formação é fundamental, pois prepara o futuro policial. Ele oferece a base legal, tática e ética necessária para atuar com responsabilidade de segurança e respeito à sociedade. Sem essa preparação seria impossível exercer a formação de forma eficaz e dentro da legalidade.”
Letícia Alves Dutra, aluna oficial, já fazia parte da instituição desde 2022. Seu interesse pela Polícia Militar surgiu ainda na época em que cursava Direito. A trajetória no mundo dos concursos começou em 2020, período em que conciliava os estudos com o trabalho e os cuidados com o filho.
“Mesmo enfrentando uma tripla jornada, consegui ser aprovada no concurso do CFP em 2022. Mas focando no Curso de Formação de Oficiais (CFO), uma oportunidade única de exercer liderança e alcançar ascensão financeira e pessoal, decidi prestar o concurso seguinte, em dezembro de 2023, fui aprovada entre os 10 primeiros colocados. O período de preparação foi intenso, exigindo renúncias significativas para alcançar o sonho de me preparar para uma carreira que tanto admiro”.
Letícia destaca ainda que, sem o curso de formação, não seria possível exercer a função policial de maneira legal, segura e eficiente. “Ele é o ponto de partida que transforma um cidadão comum em um agente do Estado, com o dever e o poder de proteger a sociedade, utilizando a força apenas quando necessário e sempre com responsabilidade”.
Compromisso da segurança pública com a sociedade
O projeto pedagógico busca não apenas a capacitação técnica, mas também o desenvolvimento de competências éticas, sociais e cognitivas. O objetivo é formar profissionais comprometidos com os valores institucionais da Polícia Militar, preparados para atuar em contextos urbanos e ambientais cada vez mais complexos.
Além de suprir lacunas operacionais da corporação, a formação também valoriza a carreira policial e estimula a produção científica na área da segurança pública. Ao final dos cursos, os novos soldados e oficiais estarão habilitados para atuar com profissionalismo, responsabilidade social, respeito aos direitos humanos e à população.
O chefe do Departamento Geral de Educação e Cultura (Dgec), Coronel Ubirajara Magela, destacou o papel do curso na capacitação e aprimoramento da tropa: “Um curso de formação de qualidade é o que transforma vocação em competência. É aqui que o futuro policial aprende, de forma técnica, ética e prática, a exercer com responsabilidade a função de proteger e servir. O trabalho que realizamos vai além da instrução: é a construção de profissionais preparados para lidar com os desafios da realidade amazônica, respeitando os direitos humanos e atuando com inteligência, equilíbrio e firmeza. O curso preparatório é a base sólida que sustenta toda uma carreira dedicada à segurança pública e à defesa da sociedade paraense”.
Por Tarcya Amorim (PMPA)
Com informações da Agência Pará