O Sairé 2025 foi celebrado como uma edição histórica em Alter do Chão. Com muitas inovações, alto nível de organização e uma programação marcada pela diversidade cultural, o evento reafirmou seu lugar como um dos maiores espetáculos da Amazônia.
Durante os cinco dias oficiais, segundo o Corpo de Bombeiros, a festa atraiu um público de quase 50 mil pessoas para o Lago dos Botos. Já a estimativa de circulação na vila balneária foi de 120 mil pessoas, que movimentaram a economia, fortaleceram o turismo e projetaram Santarém no cenário nacional.
Entre os destaques, o Rito Tradicional, a disputa dos Botos Tucuxi e Cor-de-Rosa, os grandes shows nacionais e regionais e a estreia de uma estrutura ampliada, com múltiplos palcos e ações de sustentabilidade e inclusão.
Com emoção, beleza e impacto, o Sairé 2025 consolidou-se como um patrimônio cultural vivo, que une tradição e modernidade, gerando orgulho para os santarenos e encantamento para visitantes do Brasil e do mundo. O evento foi prestigiado também por diversas autoridades, como o governador Helder Barbalho, a vice-governadora Hana Ghassan, o ministro das Cidades Jader Filho e o ministro do Turismo Celso Sabino.
“O Sairé 2025 ficará marcado na história como um dos maiores e melhores de todos os tempos. Foram dias de celebração, fé e cultura, movimentando nossa economia e projetando Santarém para o Brasil e para o mundo. Trabalhamos com dedicação para garantir organização, segurança e o resultado nos enche de orgulho.”, destacou o Prefeito de Santarém, José Maria Tapajós.
A Secretaria Municipal de Turismo (Semtur) segue realizando em Alter do Chão a pesquisa sobre a movimentação do Sairé e deve apresentar os números consolidados até o fim de setembro.
“Os barraqueiros da Praça do Sairé, os empreendedores dentro do Lago dos Botos, o comércio em Santarém e toda a vila de Alter do Chão relatam vendas excepcionais e alta procura. Isso mostra o quanto o Sairé impulsiona a economia local e fortalece o turismo, o que comprova a grandiosidade do evento e a importância cultural e econômica que o Sairé tem para Santarém, para o Pará e para a Amazônia”, ressalta o secretário municipal de Turismo, de Emanuel Júlio Leite.
Programação cultural
O fim de semana foi marcado por shows nacionais e regionais que lotaram a vila de Alter do Chão, reforçando o clima festivo da celebração mais simbólica da Amazônia.
Na quinta-feira (18), o som animado do xotede Falamansa embalou a galera. Na sexta-feira (19), Xand Avião e Kassikó levaram o público ao delírio com sucessos do forró eletrônico e uma energia contagiante. No sábado (20), foi a vez do grupo baiano É o Tchan sacudir a vila com coreografias clássicas e hits que marcaram gerações, relembrando os embalos dos anos 1990.
No domingo (21), a programação contou com o tecnomelody de Viviane Batidão e o pagode de Uendel Pinheiro, encerrando o final de semana com dança e emoção. Na segunda-feira (22), as bandas regionais Sayonara e Caferana assumiram o palco, reforçando a valorização da produção cultural local no encerramento da programação musical.
Além disso, o Sairé reafirmou seu papel como um dos maiores eventos culturais da Amazônia, unindo tradição e modernidade em uma só festa e fortalecendo também o cenário local. Dezenas de bandas se apresentaram em três grandes palcos distribuídos em diferentes pontos da vila de Alter do Chão.
O Palco Lago dos Botos foi o cenário da tradicional disputa entre Tucuxi e Cor-de-Rosa; o Palco Cecuiara destacou-se como espaço dedicado à música e à dança, celebrando a diversidade amazônica, durante 6 dias, foram 10 atrações culturais, 110 artistas (músicos, dançarinos, produtores e técnicos), 1 produtora de organização, 3 técnicos de empresa responsável pela estrutura e o palco foi o primeiro a abrir, no dia 13 de setembro, tendo um público estimado de 10 mil pessoas; enquanto isso, o Palco Marambiré, montado na Praça 7 de Setembro, em frente ao cartão-postal da vila, ganhou ainda mais evidência: foram 22 atrações culturais, somando 27 horas de programação e reunindo 231 artistas, entre músicos, dançarinos, produtores e técnicos, atraindo um público estimado em 13 mil pessoas, fortalecendo o diálogo entre tradição e contemporaneidade.
Para Priscila Castro, secretária municipal de Cultura, o Sairé 2025 foi construído a muitas mãos, com meses de preparação e o compromisso de valorizar cada detalhe da tradição e da cultura local. “Tivemos inovação, diversidade de atrações, inclusão e sustentabilidade como marcas desta edição. Foi emocionante ver Alter do Chão receber tantas pessoas e mostrar ao Brasil que o Sairé é mais do que uma festa: é um patrimônio vivo, que fortalece a identidade tapajônica e gera oportunidades para a nossa gente.”
Casa Santarém
A Praça do Sairé recebeu também a Casa Santarém, espaço criado para valorizar a cultura local, fortalecer o turismo e promover a economia criativa. Entre os dias 18 e 21 de setembro, o local funcionou com exposições, rodas de conversa, oficinas e apresentações artísticas voltadas a diferentes públicos.
A programação contou com mesas-redondas sobre turismo e sustentabilidade, apresentações culturais, visitas guiadas e a exposição de produtos que iam do artesanato indígena à alimentos e cosméticos da floresta. Crianças e jovens também participaram de atividades como contação de histórias, oficinas de carimbó e o painel infantil sobre mudanças climáticas, conduzido pelo projeto Sementes Musicais.
A iniciativa se destacou como um ponto de integração cultural e inovação, deixando um legado que uniu tradição, sustentabilidade e a participação das novas gerações.
“O balanço que já podemos fazer é muito positivo: a Casa Santarém se tornou um marco dentro da festa, agregando valor à experiência do visitante e fortalecendo ainda mais a imagem de Alter do Chão e da nossa cidade como destinos culturais e turísticos de referência na Amazônia”, disse Emanuel Júlio Leite.
Economia
O rito religioso do Sairé e a tradicional disputa dos Botos se transformaram em verdadeiros ativos da economia criativa: atraíram turistas, despertaram o interesse da imprensa e projetaram Santarém no mapa cultural do Brasil. Esse capital simbólico se converteu em capital econômico, impulsionando diferentes setores.
Somando os dois grupos, a arena recebeu cerca de 800 participantes diretamente envolvidos nas apresentações. No total, a mobilização alcançou aproximadamente 2 mil pessoas, entre artistas, produtores, jornalistas, equipes de alegorias, costureiras, aderecistas, coreógrafos e profissionais de logística.
Além de emocionar o público, a disputa reafirmou o papel do Sairé como um dos maiores espetáculos culturais da Amazônia, movimentando a economia local, gerando empregos e fortalecendo a identidade tapajônica.
Acessibilidade
As Pessoas com Deficiência (PCDs) contaram com uma área exclusiva no Lago dos Botos. Com capacidade para até 130 pessoas, o espaço garantiu conforto, segurança durante as apresentações.
No entorno da Praça do Sairé, rampas de acesso e piso tátil foram instalados para facilitar a mobilidade, reforçando o cuidado com a circulação de todos os visitantes. A iniciativa garantiu não apenas estrutura, mas também metodologia adequada e equipe preparada para atender às necessidades do público. A Prefeitura também instalou as pranchas de comunicação, com objetivo facilitar a comunicação de pessoas que enfrentam dificuldades de expressão. As prancas contam com símbolos, fotos, palavras escritas e outros recursos visuais da Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA), permitindo que pessoas com desafios comunicativos expressem desejos, sentimentos e ideias.
O evento também foi transmitido ao vivo pelo Instagram e YouTube da Prefeitura de Santarém, com interpretação simultânea em Libras. A coordenação das atividades de inclusão contou ainda com a participação de uma pessoa surda, garantindo representatividade e olhar qualificado dentro da organização.
Com essa estrutura e coordenação especializada, o Sairé 2025 reafirmou seu lugar como um patrimônio inclusivo, em que a tradição e a inovação caminharam juntas para valorizar a diversidade e garantir pertencimento a todos.
“O Sairé é patrimônio de todos, por isso ampliamos as iniciativas de acessibilidade: área exclusiva para PCDs, rampas, piso tátil, Libras na transmissão e uma pessoa surda na coordenação. Isso não é detalhe, é compromisso. Cultura só faz sentido quando inclui”, destacou a Secretária Priscila Castro.
Recicla Sairé
Durante os cinco dias de celebração do Sairé 2025, a Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo (Semurb), realizou o Projeto Recicla Sairé, uma ação inovadora que incentivou o público a descartar corretamente seus resíduos em galões instalados em pontos estratégicos do Distrito de Alter do Chão. Todo o material coletado foi destinado à reciclagem, em parceria com a Coopresan – Cooperativa de Catadores de Santarém, garantindo que a festa fosse também um marco de conscientização ambiental.
A dinâmica contou com pontos estratégicos de coleta e uma disputa simbólica entre os botos, que estimulou de forma lúdica a participação da população. O objetivo foi reduzir a poluição, incentivar a reciclagem e a logística reversa, além de gerar oportunidades econômicas para os catadores. O Boto Cor-de-Rosa arrecadou 517 quilos de recicláveis e o Boto Tucuxi, 459 quilos. No total, quase 1 tonelada de resíduos foi retirada dos locais da festa.
Com a ação, Santarém reafirmou o compromisso com a sustentabilidade, a preservação ambiental e os preparativos para a COP 30, mostrando que tradição e responsabilidade socioambiental podem caminhar juntas.
Segurança
As ações contaram com a participação integrada de diversos órgãos da administração municipal e estadual, envolvendo a Secretaria Municipal de Cultura (Semc), Turismo (Semtur), Meio Ambiente (Semma), Urbanismo e Serviços Públicos (Semurb), Mobilidade e Trânsito (SMT), Saúde (Semsa) e Portos e Transporte Aquaviário (Sempta). A segurança e a organização também tiveram apoio da Polícia Militar, Polícia Civil, Vigilância Sanitária, Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran), Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
De acordo com os órgãos de segurança, durante os cinco dias oficiais de festa não foram registradas mortes ou grandes intercorrências. O Samu contabilizou ao todo 23 atendimentos, sendo 5 acidentes sem vítimas graves e 15 ocorrências de natureza clínica.
O balanço confirma que o evento foi marcado pela tranquilidade e pelo esforço conjunto das equipes, garantindo à população e aos turistas uma festa segura e organizada.
Para a concepção, desenvolvimento e execução dos projetos artísticos “Essência Borari”, do Boto Tucuxi, e “Catraia – Encantaria do Atravessar”, do Boto Rosa, assim como do Rito Tradicional “Sairé 2025 – Cecuiara da Tradição”, contam com apoio de parceiros públicos e privados por meio de projetos incentivados pela Lei Rouanet, do Governo Federal, via Ministério da Cultura. Contam ainda com o patrocínio do Ministério do Turismo, Sesc, Equatorial Energia, Banpará, Amstel, Coca-Cola, Vivo e Caixa. Agência oficial: Maná Produções. Apoio: Assessoria Cultural, Borari Produções e Avante Atacadista. Realização: Prefeitura de Santarém, em acordo de cooperação com o Ministério do Turismo, Sesc, Senac, Governo do Pará, Fundação Cultural do Estado do Pará e Semear – Programa Estadual de Incentivo à Cultura.
Por: Weldon Luciano/Ascom-Semc
Fonte: Portal Santarém