A culinária amazônica foi um dos destaques da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). A Aula show de Gastronomia Tapajônica foi apresentada pelo chef Saulo Jennings. Ele levou para os presentes a importância de se entender a gastrodiplomacia, que busca criar uma conexão emocional, através da diplomacia cultural, por meio da identidade e da força da gastronomia tapajônica.

Reconhecido como o primeiro Embaixador Gastronômico da Organização das Nações Unidas para o Turismo (ONU Turismo), Saulo integra a equipe responsável pela organização gastronômica da COP 30. Ele é o chef oficial da Cúpula dos Líderes, assinando e executando o menu de cafés, almoços, lanches e jantares para mais de 1.400 pessoas envolvidas no evento, entre chefes de Estado, autoridades e delegações internacionais.
Mais do que um evento global, a COP 30 representa para o chef uma oportunidade de mostrar que a gastronomia amazônica é uma aliada na luta contra as mudanças climáticas, pois valoriza a floresta em pé, fortalece comunidades locais e promove o uso sustentável dos recursos naturais.
“A COP é uma vitrine global, e Belém está mostrando que a floresta também produz alimentos incríveis. A culinária amazônica é uma das mais ricas do país. Mas, mais do que pratos bonitos, queremos mostrar o que está por trás: o trabalho das comunidades, o saber ancestral, os ingredientes únicos. A Amazônia tem muito a ensinar, inclusive que a comida da floresta pode ser uma aliada no enfrentamento da crise climática”, pontua Saulo Jennings.
Premiado quatro vezes como Melhor Chef da Região Norte pela revista Prazeres da Mesa, Saulo é um dos grandes nomes da gastronomia contemporânea brasileira. Seu trabalho vem consolidando Santarém como destino turístico e gastronômico, não apenas por suas belezas naturais, mas também pelo fortalecimento da cultura e da economia local. Projetos como o Cozinha Tapajós incentivam o uso de ingredientes regionais e valorizam o conhecimento das comunidades ribeirinhas e indígenas.
Formado em Administração e autodidata na cozinha, Saulo iniciou sua trajetória há 15 anos com um pequeno restaurante em Santarém. Hoje, comanda um império gastronômico que leva a culinária amazônica para o Brasil e o mundo. A Casa do Saulo Tapajós, sua matriz às margens do rio Tapajós, permanece como símbolo de suas origens. Com o sucesso, o chef expandiu seus empreendimentos para Alter do Chão, Belém, Rio de Janeiro (no Museu do Amanhã) e São Paulo, onde oferece uma autêntica experiência amazônica em meio à metrópole.
“A gastronomia é uma das formas mais poderosas de apresentar a Amazônia ao mundo. Quando alguém prova um prato feito com ingredientes da floresta, está experimentando mais do que sabores, está tendo contato com uma cultura viva, com histórias e saberes de comunidades inteiras. A culinária é uma ponte, e uma das mais bonitas que existem. Ela aproxima, desperta curiosidade e abre caminhos para um turismo mais consciente e transformador”, destacou o chef.
Cada unidade mantém a mesma essência: valorizar os produtos da floresta, respeitar as comunidades locais e promover a sustentabilidade, princípios que também orientam o debate da COP 30.

Para o prefeito de Santarém, José Maria Tapajos , a presença do chef no evento reforça a força da região no cenário internacional:
“A gastronomia é uma das portas de entrada mais potentes para apresentar a Amazônia ao mundo. Quando alguém prova um prato feito com ingredientes da floresta, vive uma experiência cultural profunda. Esse trabalho projeta Santarém, valoriza nossas comunidades e reforça o turismo sustentável como caminho para o desenvolvimento da região.”
Entre as criações mais emblemáticas do chef está o Pirarucu da Casa do Saulo: filé grelhado com molho de castanha-do-pará, banana-da-terra, camarão-rosa e arroz de chicória. Outros destaques incluem o parmegiana de peixe com queijo do Marajó e a carbonara com cubos de bacon de pirarucu, pratos que conquistaram o público e se tornaram símbolos da gastronomia amazônica contemporânea.

De Santarém para o mundo, Saulo Jennings transforma a culinária tapajônica em um manifesto de sabor, identidade e sustentabilidade, mostrando que, na Amazônia, a floresta também se expressa à mesa.
Por: Ailanda Tavares/Ascom-PMS
Com informações da Agência Santarém
