De 17 a 21 de novembro, a Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Semc), leva o Museu Itinerante para a Casa Santarém – Alter do Chão, instalada no Pavilhão Pará durante a COP 30. A ação apresenta ao público parte da riqueza arqueológica, histórica e cultural do município, reforçando o compromisso da gestão com a democratização do acesso à cultura.

O projeto é uma iniciativa do Centro Cultural João Fona, que tem como proposta levar às escolas públicas e comunidades de Santarém e região atividades e fragmentos do que acontece dentro do espaço museológico oficial. A ideia surgiu ao reconhecer que muitos moradores das áreas rurais e ribeirinhas não conseguem visitar o Centro, seja pela distância, por limitações sociais ou financeiras. Assim, o Museu Itinerante se torna uma alternativa inclusiva, capaz de deslocar o conhecimento e aproximar a comunidade de seu próprio patrimônio cultural.

O diretor do Centro Cultural João Fona, Anderson Pereira, explicou o propósito do projeto. “Entre os principais elementos que compõem essa iniciativa estão as réplicas de peças arqueológicas produzidas em oficinas a partir dos objetos originais do acervo. São artefatos cerâmicos, como vasos cariátides e peças zoomórficas, que expressam a potência tapajônica materializada na cerâmica, um patrimônio fundamental da região. Além de expor essas peças, o Museu Itinerante leva formação, música, teatro e ações educativas, fazendo do museu um espaço vivo, pulsante e em constante diálogo com a comunidade.”

Durante a participação na COP 30, o público conferiu de perto algumas dessas réplicas e objetos arqueológicos, que impressionaram visitantes brasileiros e estrangeiros e cumpriram o papel de difundir a memória cultural da região. Com isso, o Museu Itinerante não apenas preserva a história santarena, mas também a renova ao colocá-la em circulação e contato direto com novos públicos.
Catraia Literária: palavra, memória e ancestralidade
Além da exposição museológica, a Semc também levou à Casa Santarém o projeto Catraia Literária, realizado pela Biblioteca Municipal, reunindo escritores, poetas e pesquisadores locais. A secretária municipal de Cultura, Priscila Castro, destacou que o projeto reforça a produção literária regional e sua ligação com a identidade amazônica. “O Catraia Literária tem como foco a literatura santarena, trazendo à tona temas como a relação do povo com o rio, a água e os seres encantados que fazem parte do imaginário regional. As Catraias Literárias são um espaço simbólico e poético que valoriza a palavra, a história e a sabedoria ancestral do povo tapajônico.”

As ações apresentadas na COP 30 revelam a força artística, simbólica e cultural da região, fortalecendo o sentimento de pertencimento, valorizando a memória coletiva e reafirmando o compromisso da Amazônia em equilibrar desenvolvimento com preservação, não apenas ambiental, mas também histórica e humana.
Por: Ailanda Tavares/Ascom-PMS
Com informações da Agência Santarém
