O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) ignorou o pedido de esclarecimento sobre um suposto caso de assédio moral cometido pelo presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Pará (Coren-PA) contra o ex-assessor de imprensa da entidade. O Grupo Ronda de Comunicação solicitou uma nota de posicionamento ao órgão federal, mas, até o momento, não obteve resposta. O prazo para retorno era até esta quarta-feira (19/03), às 10h, e não foi cumprido.
O episódio teria ocorrido na última semana, durante uma ligação telefônica fora do horário de expediente do jornalista. Segundo o profissional, o presidente teria cobrado a publicação de um material sobre o Ato da Enfermagem, realizado em Brasília. “Ele alegou que o material estava demorando demais e que todos os outros Corens já haviam postado sobre o assunto. Eu expliquei a ele que cada conselho cria o seu próprio conteúdo, seja de imprensa ou rede social. E o único que havia publicado até aquele momento era o Cofen, que serve como norte para os demais conselhos. Eu expliquei isso a ele e reforcei que o nosso texto estava em produção”, relatou.
Ainda de acordo com o jornalista, mesmo após essa explicação, o presidente teria mantido um tom agressivo durante toda a ligação. “Chamando palavras de baixo calão e, ao final da ligação, disse que eu estava demitido. Eu não questionei, porque aquilo para mim foi o estopim de uma situação que já vinha acontecendo dentro do Coren.”
Ele afirma que, ao longo do tempo, foi alvo de menosprezo por parte do presidente. “Sempre que tinha uma oportunidade, ele colocava em dúvida a minha capacidade de estar ali, menosprezava o meu trabalho.” Além disso, relata que até a forma como creditava o nome do presidente nas matérias era motivo de crítica. “A ponto de dizer que ‘estava fod@ para mim’”, relembrou.
O jornalista também destacou o esforço dedicado ao órgão, mesmo diante de dificuldades estruturais. “Quando eu fui contratado no Coren-PA, me informaram que não precisava eu ir para lá, presencialmente, todos os dias, até porque era no antigo prédio e não tinha estrutura, nem computador. Ainda assim, eu fazia questão de ir. De estar lá acompanhando as ações do conselho e fazendo o meu trabalho, que era ajudar a construir a imagem de um conselho que realmente representa a sua categoria, de credibilidade.”
O ex-assessor afirma ainda que trabalhava até altas horas da noite para dar conta da demanda. “Mesmo quando saía de lá, eu continuava trabalhando em casa. Muitas vezes, altas horas da noite, eu estava em frente ao computador, produzindo material. Eu era sozinho com um turbilhão de coisas, principalmente eventos, acontecendo ao mesmo tempo. Então, a única forma de dar conta de tudo era fazer um terceiro ou quarto turno de trabalho, que era de noite/madrugada, na minha casa para entregar tudo em tempo e justamente evitar problemas e mais ataques desse presidente”, declarou o jornalista.
Para ele, a conduta do presidente contrasta com a missão do Coren-PA. “O interessante desse caso é que um órgão que deveria cuidar da saúde das pessoas, principalmente da saúde mental, e deveria dar bons exemplos, tem uma presidência com esse tipo de atitude”, criticou.
O que diz o Cofen?
Nesta quinta-feira (20), o Cofen informou que sempre que recebe denúncias de qualquer natureza contra dirigentes do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, apura os fatos através da Corregedoria, garantindo o direito de defesa e o contraditório, nos termos que determina o Código de Processo Administrativo Disciplinar, aprovado pela Resolução Cofen 645/2020.
Por: Assessoria de Imprensa
Fonte: Portal Santarém