As exportações de madeira e subprodutos do Pará registraram queda de 11,57% no valor acumulado de janeiro a julho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024, totalizando US$ 120,27 milhões, segundo levantamento da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex), com base em relatórios do Ministério de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Apesar da retração no faturamento, o volume exportado cresceu 6,31%, chegando a 159,95 milhões de quilos, fato que indica queda no preço médio dos produtos exportados.
Somente em julho, houve recuo de 17,63% no valor exportado (US$ 20,65 milhões) e de 25,96% na quantidade (21.309,56 toneladas) embarcada em relação a junho.
Os Estados Unidos seguem como principal destino da madeira paraense, respondendo por 34,68% do valor exportado no primeiro semestre (US$ 34,54 milhões). Porém, a decisão do governo norte-americano de aplicar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto, ainda que com isenção para madeira serrada e aplainada, preocupa o setor.
“Embora alguns produtos tenham sido isentados, a falta de clareza sobre os códigos tarifários efetivamente atingidos mantém o setor em alerta. Caso a tarifa seja aplicada sobre itens relevantes, podemos enfrentar perda de competitividade frente a outros países exportadores e impactos na produção e no emprego”, avalia o consultor técnico da Aimex, Guilherme Carvalho.
Entre os concorrentes que exportam madeira tropical aos EUA estão Vietnã, Camboja, Tailândia, Indonésia, Malásia, Camarões, República Democrática do Congo, Equador e Gana, que receberam tarifas menores.
A União Europeia é o segundo maior mercado para os produtos madeireiros do Pará e, em 2024, respondeu por 35,74% das exportações (US$ 74,53 milhões). A Aimex avalia que redirecionar parte da produção para esse e outros mercados é uma possibilidade, mas que a substituição do volume comprado pelos EUA não ocorreria no curto prazo.
“A experiência mostra que choques externos afetam diretamente nosso desempenho. Na crise do subprime, em 2007, as exportações do Pará caíram mais de 56% em dois anos e nunca mais retornaram ao patamar de US$ 787,78 milhões daquele ano. Por isso, é importante o trabalho da diplomacia brasileira na negociação de uma tarifa menor, além da diversificação de mercados e do constante diálogo com os importadores”, afirma Carvalho.
O relatório também aponta que, no cenário nacional, o Pará ocupa a quinta posição entre os maiores exportadores de madeira do Brasil, atrás de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Por: Assessoria de Imprensa
Fonte: Portal Santarém