O município de Óbidos, no oeste do Pará, teve o decreto de situação de emergência em virtude dos danos causados pela inundação, reconhecido pelo Governo Federal que, como resposta imediata, destinou no segundo semestre deste ano, cestas humanitárias para auxiliar 700 famílias ribeirinhas afetadas no Igarapé Grande e região.
Nesta semana o Governo Municipal, por meio da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compedec) realizou uma expedição que percorreu 16 comunidades para entregar os donativos nas comunidades, facilitando o acesso às cestas e kits de limpeza, higiene pessoal, dormitório, além de colchão e rede.
Entregas iniciaram na segunda-feira (1º) com o início da expedição que percorreu 16 comunidades.
Um levantamento realizado pela Compedec identificou os moradores afetados e subsidiou as considerações do decreto reconhecido pela Defesa Civil Nacional, que assegurou ao município a ajuda humanitária.
Lucirene Vieira, moradora da comunidade Amador, disse que os donativos chegaram na hora certa e vão ajudar as famílias afetadas pelos fenômenos naturais.
Lucirene foi uma das moradoras contempladas com a doação da cesta humanitária na comunidade Amador.
“Me sinto feliz porque chegou na hora certa. Não vai ajudar só a mim como a minha família toda, mais aos demais moradores das comunidades Auerana e Amador e todas as comunidades aqui da região que estão recebendo essas cestas. Agradeço a presença de vocês na comunidade e o comprometimento da Defesa Civil e do prefeito Jaime Silva para que essa ajuda chegasse até a gente”, reconheceu a comunitária.
Elvis Cerdeira, da comunidade Auerana, lembrou que as mudanças climáticas têm interferido significativamente na pesca e na renda das famílias da região, destacando a necessidade dos ribeirinhos de receber a ajuda humanitária.
Elvis destacou a importância da ajuda recebida devido às dificuldades enfrentadas com os longos períodos de seca e cheia.
“Agradecemos a essa equipe que veio até as nossas comunidades fazer a entrega dessa ajuda que a gente recebe com gratidão. Estamos enfrentando tempos em que sofremos com uma seca grande e logo depois com a cheia grande, isso atrapalha a nossa pesca e o nosso sustento, por isso a importância dessa ação aqui”, disse Elvis.
As comunidades beneficiadas foram Ilha Grande (São João, Núcleo Santana e Nossa Senhora das Graças), Vila Barbosa, Vila Vieira, Vila Poranga, Ipaupixuna (Menino Deus e São Jorge), Amador, Auerana, Januária, Ilha da Capivara, Igarapé do Pinto, Nossa Senhora das Graças (Paraná de Baixo) e Liberdade.
Devido à impossibilidade de navegar pelo Igarapé Grande, os moradores dessa localidade, que foi a mais afetada após uma tapagem (acúmulo de vegetação no leito do igarapé) prejudicar o acesso dos moradores, ocasionando o decreto de situação de emergência, foi definido que eles receberão a ajuda na sede da defesa civil.
A coordenadora da Defesa Civil de Óbidos, Laura Baima, explica que, mesmo com a proximidade do período de chuvas na região, a estiagem ainda dificulta a vida dos moradores de algumas áreas da região de várzea, com longas distâncias a serem percorridas para ter acesso a transporte de passageiros e cargas, escolar e acesso a água. Por isso, um novo decreto, desta vez em decorrência da estiagem, já está sendo elaborado.
Coordenadora da Defesa Civil de Óbidos, Laura Baima
“Estamos com o início do processo de um novo decreto, desta vez devido à estiagem, para atender novamente as famílias, por meio da captação de recurso junto aos governos do estado e da união, para que a ajuda chegue novamente e possamos realizar o mesmo trabalho que está sendo feito aqui desde a segunda-feira passada.”
Entrega dos donativos foi realizada mediante comprovação de identificação dos beneficiados e a assinatura do controle da Defesa Civil.
A Compedec também já trabalha na fase de planejamento para antecipar as ações de resposta aos possíveis danos que possam ser causados pela enchente, além de redobrar o monitoramento das áreas mais afetadas. Com os primeiros sinais da enchente, o trabalho consiste na aquisição de materiais para a construção de pontes e na elaboração de um plano de trabalho eficiente que resulte na aprovação do envio de ajuda, em caso de necessidade.
Por: Érique Figueirêdo/ASCOM-PMO. Fotos:
Odirlei Santos/ ASCOM-PMO
Fonte: Portal Santarém
