“DESPERDÍCIO COM RECURSOS PÚBLICOS EM ITAITUBA”
Um relatório de Visita Técnica, realizado por técnicos da Secretaria Executiva de Saúde Publica do Pará, através do 9º Centro Regional de Saúde, com sede em Santarém e Divisão de Organização, Controle e Organização-DOCA, detectou que o atraso no atendimento de pacientes no Hospital Regional de Itaituba é de responsabilidade do município de Itaituba, através do coordenação do TFD e da Regulação municipal.
A equipe visitou duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) no município de Itaituba, com o objetivo de identificar as especialidades de maior demanda para regulação, sendo as especialidades de Neuropediatria e Ortopédica as mais requisitadas.
A regulação desempenha um papel essencial na organização e otimização do fluxo de atendimento, garantindo os recursos e as vagas disponíveis sejam utilizados de forma eficaz e que os pacientes sejam atendidos conforme suas necessidades e dentro dos prazos estabelecidos. Para compreender essa demanda, é fundamental entender o processo de entrada das solicitações no sistema regulatório.
O processo, segundo uma das técnicas, começa quando o paciente é atendido por um médico na Unidade Básica de Saúde do município, que com base na queixa apresentada, solicita os exames ou consultas necessárias. O pedido é, então, registrado e deixado no setor de protocolo da Unidade de Saúde. A Central de Regulação Municipal recebe essas solicitações de serviços médicos provenientes das UBS, entregues pelas enfermeiras-coordenadoras duas vezes por semana, nas segunda e sextas feiras. Nesse setor, as requisições são arquivadas de acordo com a ordem de chegada e, quando necessário, classificadas conforme a prioridade indicada pelo médico. Na semana seguinte, os agendamentos são realizados e entregues as enfermeiras no momento da entrega das demandas. O paciente, então contatado pelo Agente Comunitário de Saúde que informa sobre o agendamento dos exames e consultas.
Segundo o relatório, esse processo envolve análise detalhada das solicitações de exames, consultas especializadas e tratamentos de maior complexidade, sempre respeitando as prioridades e a urgência dos casos.
No entanto, continua o relatório, um grande número de solicitações chega diariamente ao setor, o que, combinado com a demanda acumulada em estantes e pastas, dificulta a execução de agendamento imediato. O tempo necessário para realizar os agendamentos pode ser indeterminado devido a sobrecarga de trabalho enfrentado pela equipe. Isto se deve em grande parte, garante o relatório, à necessidade de atualizar as demandas de anos anteriores, o que tem sido um desafio considerável. A dificuldade em cadastrar as solicitações antigas no sistema e a necessidade de organizar essas demandas acumuladas sobrecarregam ainda mais a equipe de regulação.
O relatório ainda revela que o município, por não registrar adequadamente suas demandas no sistema, enfrenta a impossibilidade de analisar a fila e demanda reprimidas. Isso destaca a necessidade URGENTE de adotar estratégias mais eficazes para reduzir o tempo de espera.
DESPERDÍCIOS DE RECURSOS
No final, o relatório mostra o DESPERDÍCIO DE RECURSOS PÚBLICOS, com as cotas disponibilizadas para atender a população, que deixa de ser atendida, não por falta de dinheiro, mas pela falta de compromisso do município em organizar melhor o setor de regulação. Em janeiro de 2025, a Cota Disponibilizada foi de 5.061 pacientes, entretanto, pela falta de funcionamento adequado do setor de regulação, foram apenas utilizadas a cota de 1.717 pacientes. No mês seguinte, fevereiro de 2025, foram disponibilizados a cota de 5.257 atendimentos e foram utilizados apenas 1.657. Nestes dois meses (janeiro e fevereiro) o Hospital Regional de Itaituba disponibilizou 10.318 atendimentos, entretanto, só foram utilizadas a cota de 3.374 atendimentos, uma diferença de 6.944 pacientes que deixaram de ser atendidos por causa do funcionamento adequado do setor de regulação do município de Itaituba, que é o responsável para encaminhar os pacientes para o Hospital Regional de Itaituba.
É por este motivo, que diariamente pacientes fazem reclamação de que levam meses para serem atendidos no Hospital Regional de Itaituba e com isso muitos desistem e até chegam a óbito, sem a realização de consulta especializadas, exames e até procedimentos cirúrgicos. Este excesso de demandas, vem se acumulando cada mês que passa. Dezenas de pacientes estão aguardando serem chamados para realizar seu procedimento no Hospital Regional de Itaituba desde os anos de 2022, 2023 e 2024, entre consultas e exames em diversas especialidades, cirurgias e etc.
O município tem que ser responsabilizado por este caos na saúde de Itaituba, pois a gestão deveria investir mais neste setor de regulação, que trata da vida de pessoas, que procuram a saúde publica para resolverem seus problemas. É uma vergonha. NÃO É FALTA DE DINHEIRO, MAS FALTA DE RESPONSABILIDADE do município em melhorar este setor de regulação.
Fonte: Portal Santarém