O sargento Rosivaldo Aires Lima Junior, lotado no 3º Batalhão da Polícia Militar em Santarém, está sendo alvo de um processo disciplinar administrativo militar por uma infração considerada grave. O policial faltou ao seu posto no quartel para trabalhar como segurança particular do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michele Bolsonaro durante a visita do casal a Santarém, no dia 16 de outubro de 2024.
A informação foi confirmada por um membro da cúpula da segurança pública do estado do Pará. De acordo com o regulamento da PM do Pará, o ato é considerado uma falta disciplinar grave, o que pode resultar na suspensão dos vencimentos do sargento por até 30 dias.
Desrespeito à Escala de Serviço
No dia em que deveria estar cumprindo seu turno de serviço na guarda do quartel, localizado na avenida Cuiabá, Rosivaldo deixou o posto para atuar como segurança da comitiva de Bolsonaro. Ele não havia sido designado oficialmente para essa função pelo comando da PM, caracterizando a transgressão.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o sargento admitiu ter desrespeitado a escala de serviço, afirmando que estava ciente de sua transferência para o quartel de Conceição do Araguaia, que havia sido determinada pelo Comando da PM no dia anterior. Mesmo assim, ele confessou que voltou a trabalhar como segurança particular do casal Bolsonaro sem autorização.
Transferência e Processo Disciplinar
A transferência do sargento Rosivaldo para o quartel de Conceição do Araguaia, segundo o Comando da PM, não é uma punição, mas sim um ato administrativo. No entanto, o militar responderá ao processo disciplinar devido à gravidade da infração cometida, que pode afetar diretamente sua situação funcional.
É importante destacar que a movimentação de pessoal na PM não é tratada como medida punitiva, mas sim uma decisão discricionária do comando. A suspensão de vencimentos e outros tipos de punição poderão ser definidos após a conclusão do procedimento disciplinar.
Envolvimento em Campanhas Eleitorais
Rosivaldo Lima Junior já havia chamado atenção anteriormente por seu envolvimento em atos eleitorais. Em setembro, ele postou nas redes sociais uma foto em que aparece pendurado no estribo de uma caminhonete que transportava a comitiva de Michele Bolsonaro, segurando um colete à prova de balas. Naquela ocasião, ele atuava como segurança durante uma visita da ex-primeira-dama a Santarém.
Naquele período, o sargento estava licenciado da PM devido à sua candidatura a vereador pelo partido Avante, pela qual recebeu 252 votos, o que justificou sua participação no evento eleitoral. No entanto, essa licença não o isenta das recentes ações durante a visita de Bolsonaro, quando ele faltou ao serviço para realizar trabalhos particulares.
Conclusão
Embora diversos militares tenham participado de atos eleitorais em apoio ao candidato de oposição em Santarém, apenas o sargento Rosivaldo Lima Junior responderá ao processo disciplinar. Sua decisão de atuar como segurança privada enquanto deveria estar em serviço no quartel resultou em uma grave transgressão que está sendo apurada pela corporação.
Confira o vídeo onde o sargento confessa a transgressão: Link do vídeo
Fonte: Portal Santarém